UMA TRADIÇÃO ORAL
As primeiras proclamações a respeito de Jesus foram, provavelmente, simples e diretas. Jesus havia morrido, mas foi ressuscitado dos mortos. Pregações mais elaboradas, como o primeiro sermão de Pedro (At 2.14-36), provavelmente, tenham identificado Jesus como Senhor e Messias e demonstraram como a morte e ressurreição do Messias (Jesus) haviam sido profetizadas pelos profetas. Pregações posteriores também destacaram que Jesus havia morrido para o perdão dos nossos pecados e que ele voltaria novamente em glória para julgar os vivos e os mortos. As proclamações básicas acabaram por ser colocadas na forma de pequenos credos, ou seja, recitações dos aspectos essenciais da fé em Jesus. Esses credos eram incluídos em sermões usados para ensinar os novos convertidos e, provavelmente, recitados nos batismos. Eles podem também ter sido usados na adoração.
Nada a respeito de Jesus foi escrito nas primeiras décadas depois da sua vida na terra, e muitas razões para isso devem ter existido. Em primeiro lugar Jesus não deixou nada escrito e nunca instruiu aos seus seguidores que escrevessem a seu respeito. Além disso, os primeiros seguidores de Jesus não se consideravam como parte de uma nova religião que precisava das suas próprias Escrituras. Eles eram, na sua maioria, bons judeus que aceitavam as Escrituras em hebraico e criam que Jesus era o cumprimento delas, o Messias prometido pelos profetas. Quando os gentios (não-judeus) começaram a seguir a Jesus, eles adotaram o judaísmo como a sua religião.
A razão principal para não escrever, entretanto, pode ter sido bem prática. Os primeiros cristãos criam que Jesus voltaria num futuro imediato. Portanto, eles não viram nenhuma razão para escreverem qualquer coisa. Eles podiam manter vivas as tradições a respeito de Jesus oralmente durante o curto período até que ele retornasse novamente em glória para julgar os vivos e os mortos e para tornar completo o seu Reino.
DE SERMÕES A CARTAS
As cartas de Paulo são, provavelmente, os livros mais antigos do NT, escritos antes que as histórias sobre Jesus estivessem no papel.
Paulo, que escreveu a maior parte das cartas do NT, dependia bastante dessas cartas para complementar o seu ministério. Como ele viajava muito, fundando igrejas por todo o Império Romano, as cartas permitiam que ele ministrasse em mais de um lugar ao mesmo tempo. Enquanto pregava em uma cidade, ele escrevia para congregações distantes e pastores, geralmente com a intenção de que suas cartas fossem lidas em voz alta durante as cerimônias de adoração e, ocasionalmente, que circulassem em outras igrejas (Cl 4.16).
Paulo, que escreveu a maior parte das cartas do NT, dependia bastante dessas cartas para complementar o seu ministério. Como ele viajava muito, fundando igrejas por todo o Império Romano, as cartas permitiam que ele ministrasse em mais de um lugar ao mesmo tempo. Enquanto pregava em uma cidade, ele escrevia para congregações distantes e pastores, geralmente com a intenção de que suas cartas fossem lidas em voz alta durante as cerimônias de adoração e, ocasionalmente, que circulassem em outras igrejas (Cl 4.16).
ESTRUTURA DE UMA CARTA
OS EVANGELHOS
A palavra “evangelho” é uma transliteração da palavra grega euangelion, que significa “boa notícia”. A palavra grega era usada em épocas antigas para fazer referência ao nascimento de um imperador-deus. No AT, o termo equivalente em hebraico era usado para anunciar a nomeação de um rei (1Rs 1.24), o nascimento de um filho (Jr 20.15) e uma vitória em batalha (1Sm 31.8-10).
O Evangelho de Marcos pode ter sido o primeiro a ser escrito, pois parece ter servido como uma fonte para os Evangelhos de Mateus e Lucas.
Os três primeiros Evangelhos são tão semelhantes que foram chamados de Evangelhos Sinóticos (semelhantes). Estudiosos, freqüentemente, examinam esses Evangelhos lado a lado para estudarem a relação entre eles e com a hipotética “fonte Q”. Questões que surgem dessas comparações são chamadas pelos estudiosos de “problema sinótico”
O Evangelho de João, como os outros três, deve ter passado quase que certamente por três estágios de desenvolvimento. Primeiro, havia relatos de testemunhas oculares que conheceram Jesus. Segundo, esses relatos foram organizados conforme as necessidades da Igreja primitiva ou das comunidades cristãs. Por fim, uma pessoa dessas comunidades reformulou esse material numa forma escrita procurando a melhor maneira de atender às necessidades dos seus primeiros leitores.
OS PAIS APOSTÓLICOS
Desde o século XVII, escritores antigos que conheciam alguém que conhecia Jesus foram chamados de Pais Apostólicos.
Na época dos Pais Apostólicos (fim do primeiro século e início do segundo), todos os livros do NT, provavelmente, já haviam sido escritos, mas ainda não eram considerados como Escrituras da mesma forma que o AT. Na verdade levaria mais dois séculos até que o Cânon do NT fosse estabelecido de forma definitiva.
Alguns Pais Apostólicos:
§ Clemente de Roma;
§ Inácio de Antioquia;
§ Policarpo;
§ Justino Mártir;
§ Irineu;
§ Tertuliano de Cartago;
§ Orígenes;
§ Cipriano;
§ Eusébio de Cesaréia e etc...
DEFININDO O NOVO TESTAMENTO
Não há uma forma simples de explicar como os cristãos escolheram os 27 livros do NT. Foram dois séculos de debate entre líderes da Igreja.
Até o ano 300, quase todos os versículos do NT haviam sido citados nas mais de 36000 citações dos Pais da Igreja. Apenas 11 versículos não foram citados.
Entretanto, não foram os líderes da Igreja que resolveram a questão. No final, eles apenas confirmaram uma decisão que a Igreja como um todo havia tomado de forma gradual.
Obs: Não havia no cristianismo uma instituição que colecionasse os textos considerados sagrados, o que influenciou na demora do reconhecimento dos mesmos.
PORQUE DEFINIR UM CÂNON DO NT?
§ Para a leitura nas igrejas;
§ Para definir o legado doutrinário dos apóstolos.
HOMOLOGOUMENA (Livros aceitos por todos)
A grande maioria dos livros – 20 dos 27 – foi aceita logo de início pela Igreja, sem objeções. Todos os Pais da Igreja defendiam sua canonicidade.
ANTILEGOMENA (Livros questionados por alguns)
§ Hebreus;
§ Tiago;
§ 2Pedro;
§ 2 e 3João;
§ Judas e
§ Apocalipse.
PSEUDOEPÍGRAFOS (Escritos falsos)
Receberam esse nome por seu conteúdo espúrio e herético. Em geral abrangiam erros gnósticos, docetas e monofisistas. Diziam esclarecer mistérios não revelados nos livros canônicos e foram acatados por seitas heréticas.
Exemplos:
§ Livro da Infância do Salvador;
§ O Evangelho segundo Tomé;
§ Os Atos de Pedro;
§ Os Atos de Paulo e Tecla;
§ Apocalipse de Pedro.
APÓCRIFOS (Aceitos por alguns)
Os apócrifos do NT, quando muito, tiveram “canonicidade temporal e local”. Nunca receberam um reconhecimento amplo e permanente.
Bibliografia:
§ Miller, Stephen M. e Huber, Robert V.; A Bíblia e sua história, Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
§ Barcellos, Professor Daniel F. de; Apostila de História da Bíblia III; 1º semestre de 2007/Faculdade de Teologia Wittenberg
Bibliografia:
§ Miller, Stephen M. e Huber, Robert V.; A Bíblia e sua história, Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
§ Barcellos, Professor Daniel F. de; Apostila de História da Bíblia III; 1º semestre de 2007/Faculdade de Teologia Wittenberg
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