domingo, 9 de março de 2008

CONTRA AS HERESIAS

GNOSTICISMO
Nome derivado do termo grego “gnosis” (conhecimento), se tratava de uma mistura de religiões esotéricas, mesclando a filosofia dos gregos com o paganismo persa, babilônio, hindu e egípcio, e adicionando elementos do judaísmo e do cristianismo.
Sua forma de seduzir adeptos era a VAIDADE: diziam deter um conhecimento “secreto” passado por Jesus a um grupo “seleto” de discípulos. Tais conhecimentos eram, diziam eles, “superiores” aos que a cristandade recebera nos discursos públicos de Jesus.
Tal como nas SOCIEDADES SECRETAS da atualidade (maçonaria, por exemplo), o gnosticismo começava a seduzir pessoas dentro do cristianismo desejosas em participar de um grupo de elite que detinha um “ensinamento superior que devia ser reservado a pessoas especiais”, sendo tal conhecimento seria “propriedade exclusiva dos INICIADOS”.
A salvação para o gnosticismo consistia, basicamente, na libertação da alma ao corpo que o prende. Para os gnósticos, toda matéria é má e, sendo o corpo matéria, é um obstáculo ao desenvolvimento espiritual.
Sendo impossível ser a matéria remida, não importava o que fizessem aos seus corpos. Assim, o processo posterior ao conhecimento gnóstico era o ABUSO DO CORPO.
Tal abuso podia consistir nos extremos: LICENCIOSIDADE OU ASCETISMO, dependendo da corrente gnóstica. O fato era que tanto o ascetismo exagerado como a libertinagem completa eram um dos meios de levar a alma a desprender-se de tal “prisão” e promover um “equilíbrio cósmico”, declinante por causa da matéria.

A Criação é má

A maioria dos gnósticos acreditava que o Deus do AT, que criou o mundo, não era o Ser Supremo. Ao invés disso, que era um deus inferior. Assim, tudo o que ele criou, incluindo os seres humanos, é mau. O corpo físico é descrito como um fardo que temos de suportar até que a morte nos liberte dele.
Em geral, não acreditavam que Jesus tivesse sido um filho desse “deus inferior” da criação. Ao invés disso Jesus teria sido um ser que apenas parecia humano. Ele não sofreu nem morreu na cruz. Por isso, também não ressuscitou dos mortos.

NAG HAMMADI

Em 1945, dois irmãos egípcios estavam fazendo escavações em uma caverna próxima da cidade de Nag Hammadi, que fica junto ao rio Nilo. Acabaram por descobrir um tesouro literário em um pote de barro, isto é, uma dúzia de livros de papiros que haviam pertencido a um grupo de gnósticos.
Nesses 12 livros há 52 tratados antigos, escritos no quarto século d.C. em copta, uma língua egípcia, mas foram traduzidos de manuscritos gregos provavelmente escritos um ou dois séculos antes.
Vinte e cinco dos 52 textos de Nag Hammadi podem ser classificados como literatura apocalíptica ou de revelações. Isto não surpreende, diante da ênfase que os gnósticos davam ao conhecimento revelado. Entre esses tratados existem “apocalipses” atribuídos a Adão, Pedro, Tiago, João e Paulo. Seis tratados são “evangelhos” sobre Jesus, incluindo O Evangelho de Tomé, O Evangelho da Verdade, O Evangelho de Filipe e O Evangelho dos Egípcios. Há ainda outros escritos que são ditos de sabedoria, ensinamentos doutrinários, orações, hinos e relatos reformulados de histórias do AT.
A maioria dos textos apresenta uma clara tendência gnóstica. Testemunho da Verdade retrata o criador como um vilão. O Apocalipse de Pedro ataca a Igreja. Outros escritos talvez não tenham sido gnósticos. É o caso, por exemplo, do Discurso sobre o Oitavo e o Nono, que trata de lendas egípcias. Ainda é um mistério quem enterrou esses escritos e por que teria feito isso.

Heresias como o Gnosticismo forçaram os líderes cristãos a definir claramente o que crêem os cristãos.
Princípios fundamentais da fé cristã foram redigidos em afirmações sucintas, como o Credo Apostólico, que exigia que os candidatos ao batismo confirmassem a sua fé no Deus criador, em Jesus e sua ressurreição, no Espírito Santo e na ressurreição do corpo para a vida eterna.


OS CONCÍLIOS

Os primeiros concílios foram apologistas, isto é, tinham o objetivo de defender a fé e seus fundamentos mais importantes como a Trindade, as naturezas divina e humana de Cristo, a sua encarnação e etc.

CONCÍLIOS DA IGREJA INDIVISA

50 d.C. - Concílio de Jerusalém - As leis judaicas e os cristãos
325 d.C. - 1º Concílio de Nicéia - Contra o arianismo. Credo
381 d.C. - 1º Concílio de Constantinopla - Finalização do Credo
432 d.C. - Concílio de Éfeso - Contra o nestorianismo
451 d.C. - Concílio de Calcedônia - Contra o monofisismo princípio da união hipostática
553 d.C. - 2º Concílio de Constantinopla - Contra os nestorianos
681 d.C. - 3º Concílio de Constantinopla - Contra o monotelismo
767 d.C. - 2º Concílio de Nicéia - Legaliza veneração de imagens
867 e 1064 d.C. - Cismas entre as Igrejas Romana e Ortodoxas


CREDO APOSTÓLICO

“Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo. Seu único Filho nosso Senhor. O qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Cristã – a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém”.

CREDO NICENO

“Creio em um só Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus e nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual, por amor de nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na Virgem Maria, e se fez homem; foi também crucificado em nosso favor sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos céus; está sentado à destra do Pai, e virá pela segunda vez, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho; que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas.
E a igreja, uma santa, católica e apostólica.
Confesso um só batismo, para remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém”.

MENTIRAS DO “CÓDIGO DA VINCI”

Dan Brown revelou o seu profundo desconhecimento histórico quando em seu livro “O Código da Vinci” afirmou que “ Jesus só se tornou divino a partir do Concílio de Nicéia", em 325 d.C., convocado pelo imperador romano Constantino. Na verdade o Concílio de Nicéia apenas reafirmou a divindade de Jesus Cristo, que já era aceita em textos e testemunhos pessoais desde o século I. Vejamos:

· O testemunho do próprio Jesus Cristo: "Eu e o Pai somos um" (João 10.30).

· O testemunho dos evangelhos e epístolas: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1.1 e 14). Dos israelitas "são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!" (Romanos 9.5). "Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino" (Hebreus 1.8).
· O testemunho de vida e morte dos apóstolos: todos os apóstolos de Jesus foram presos e/ou mortos sustentando a verdade de que Jesus Cristo era o Messias e ressuscitou. Ninguém sustenta uma mentira sabendo que aquela mentira vai condená-lo à morte. Os apóstolos morreram pelo que acreditavam ser verdade.
· O testemunho dos pais da igreja: bem antes do Concílio de Nicéia, muitos foram aqueles que morreram confessando que Jesus Cristo é Deus: Policarpo de Esmirna era discípulo do apóstolo João, enviou carta à igreja de Filipos entre 112 e 118 e foi martirizado em 160 d.C.. Justino, o Mártir, nasceu em Israel, ficou impressionado com a capacidade dos cristãos de enfrentarem a morte de forma heróica, converteu-se ao cristianismo e testemunhou acerca de Jesus até o seu martírio em 165 d.C. Vários outros líderes da igreja de Cristo consideraram Jesus divino muito antes do Concílio de Nicéia, a saber: Inácio (105 d.C.), Clemente (150 d.C.), Irineu (180 d.C.), Tertuliano (200 d.C.), Orígenes (235 d.C.), Novatian (235 d.C.), Cipriano (250 d.C.), entre outros.[4]
· O testemunho dos cristãos que passavam pelo Panteão, em Roma: esse templo aos deuses foi concluído em 126 d.C. (cerca de dois séculos antes do Concílio de Nicéia). Cristãos eram levados para o Panteão e aqueles que não se curvavam diante da estátua de César e não confessavam César como "Senhor", eram mortos. Não foram poucos os cristãos que confessaram que só Jesus Cristo é o Senhor e preferiram morrer em vez de negar a Sua divindade.

Ele também afirmou que o resultado da votação a favor da divindade de Jesus Cristo foi "meio apertado". Que conversa mole de Brown! O resultado foi uma lavagem a favor da divindade total de Jesus! Dos 318 participantes, 16 se abstiveram de assinar o "Credo de Nicéia". O resultado: 300 votos a favor da divindade total e irrestrita de Cristo (posição já existente na igreja cristã) e 2 votos a favor da divindade parcial e inferior de Cristo (posição defendida pelo padre Ário).

BIBLIOGRAFIA:
· Miller, Stephen M. e Hubert, Robert V., A Bíblia e sua história, Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
· Profº Semblano, Martinho Lutero, Apostila de Teologia Sistemática, Faculdade Wittenberg, 2007.
· Sites da Internet.
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